terça-feira, 28 de agosto de 2007

Empréstimos - Análises rápidas mesmo com alguns problemas bancários ou sem rendimentos declarados para o IRS

Este tipo de anúncio invade as páginas dos jornais portugueses em particular dos jornais de grande tiragem e de distribuição gratuita. São anúncios que advogam soluções rápidas em casos sem solução, apresentando-se como fazedores de milagres na área financeira. Por vezes apenas fornecem como forma de contacto um apartado e números de telemóvel.

É preciso cuidado. Como em tudo na vida, na área financeira não há milagres, e estas propostas em regra implicam o pagamento de juros muito acima do razoável, talvez mesmo usurários e as soluções apresentadas poderão agravar os problemas financeiros do seu agregado ao invés de contribuírem para o equilíbrio.

Informe-se devidamente junto de instituições credíveis, como o GOEC, que proporcionam apoio técnico adequado e gratuito. Não se entregue a fazedores de milagres, seja prudente e pense a longo prazo. Lembre-se que o principal responsável pelo seu bem-estar financeiro é você mesmo. Por isso decida com prudência e não se envolva com quem lhe promete o que é impossível.

Em Junho as prestações pagas aos bancos aumentaram em média 10€

Como já é do conhecimento geral, a continuada subida das taxas de juro, contribuiu para que em Junho as prestações pagas aos bancos pelo crédito à habitação tivessem aumentado em média de 10€. O principal a reter desta notícia é que o peso dos encargos com o crédito têm vindo a aumentar e vai continuar a crescer nos próximos tempos. Ganha assim relevo a necessidade de cada agregado familiar tomar as devidas precauções para evitar que esta situação venha a provocar uma rotura financeira e dê origem a situações de incumprimento.

De entre as várias medidas a adoptar destacamos as seguintes:

  1. A negociação do spread e do prazo do empréstimo com as instituições financeiras;
  2. A reavaliação do orçamento familiar tendo em conta as novas prestações e a sua evolução futura;
  3. Contenção no recurso a novos créditos;
  4. Eventual contenção em despesas não essenciais;
  5. Manter, sempre que possível, hábitos de poupança, independentemente dos valores em causa.


sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Euribor ultrapassa os 4,7%

Até Julho o nosso gabinete recebeu 680 pedidos de informações e apoio relacionados com a gestão orçamental e em particular com o crédito, o que é um claro indicador das dificuldades com que algumas famílias estão a suportar o aumento das taxas de juro. No futuro antecipa-se a subida persistente das taxas de juro, pelo que é de esperar que continuem a aumentar as dificuldades para as famílias detentoras de créditos, tanto mais que a maioria das famílias que nos consulta possui dois ou mais créditos, sendo muito frequente o recursos a créditos rápidos e com elevadas taxas de juro que são responsáveis por muitas das situações de sobreendividamento com que nos confrontamos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Estudantes do ensino superior com crédito facilitado

É com satisfação que recebemos a notícia sobre a possibilidade de, ainda este ano lectivo, os estudantes do ensino superior público e privado, dos vários graus de ensino, virem a poder beneficiar de um crédito com taxas de juro mais baixas para financiar os seus estudos em que o Estado assume o papel de fiador junto da Banca. Para assegurar o papel de fiador o Estado deverá criar um fundo de garantia mútuo no valor de 1,5 milhões de euros. Esta medida deverá permitir aos jovens o acesso a uma linha de crédito a custo moderado que possibilite o financiamento da sua formação.

Do ponto de vista do GOEC a esta medida poderia também estar associada uma outra intervenção que permitisse uma consciencialização dos jovens beneficiários para as questões financeiras, de modo a que os mesmos possam no futuro gerir os recursos do seu orçamento pessoal e a sua relação com o crédito de forma equilibrada e proveitosa.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Possível abrandamento da subida dos juros de referência

A crise no crédito hipotecário de alto risco americano que tem afectado negativamente as bolsas, deve obrigar o Banco Central Europeu (BCE) a recuar na subida da taxa directora dos juros mantendo a taxa nos actuais 4% em Setembro.

Se assim for, esta será uma boa notícia para os portugueses mais endividados. No entanto, a Euribor a 6 meses, a taxa que serve de referência para a maioria dos contratos de crédito à habitação em Portugal, registou ontem, pela oitava sessão consecutiva, uma subida para os 4,565%. Ainda assim, só no final deste mês é que se poderá saber ao certo qual a evolução real das taxas Euribor e o seu impacto nas prestações mensais dos empréstimos.

Para dar resposta à pressão das bolsas, o BCE tem vindo a injectar dinheiro no sistema financeiro para ajudar os bancos a fazer face às suas obrigações. Ao optarem por esta medida, os vários bancos centrais estão actuar no sentido contrariar a crise que se vive e evitar que esta tenha repercussões nas principais economias do Mundo.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Endividamento dos (particulares) portugueses

Os dois principais factores de endividamento dos particulares em Portugal são o crédito à habitação e o crédito ao consumo. Com a taxa Euribor a subir continuamente e representando, à partida, o crédito à habitação um esforço superior a 50%* no orçamento familiar, é fácil perceber o efeito que pequenas oscilações na taxa de juro provoca nas finanças familiares. Mais do que saber gerir um orçamento familiar há, agora, que aprender a gerir o endividamento. Muitos dos créditos ao consumo, contraídos pelas famílias que ao GOEC se dirigem, são motivados pela falta de liquidez resultante do aumento das prestações do empréstimo à habitação e da diminuição do poder de compra observado nos últimos anos. O casamento nada perfeito entre os vários créditos origina um descontrolo orçamental familiar de consequências sociais cada vez mais graves.


*dados do GOEC

sábado, 4 de agosto de 2007

Crise no mercado de crédito nos EUA provoca turbulência nos mercados globais

Nos EUA, e porque as taxas de juros estão em alta, as instituições especializadas em conceder empréstimos a famílias cuja situação financeira é difícil (credito subprime), viram o rácio de crédito malparado subir de forma acentuada, tendo algumas declarado a insolvência. A crise neste sector parece estar a afectar o mercado bolsista nos EUA e a trazer a alguma instabilidade ao sector financeiro mundial, veja-se o caso do banco alemão IKB, que confirmou ter sofrido avultadas perdas devido à sua exposição ao negócio das instituições americanas que se dedicam à atribuição de crédito mais arriscado (in Público de 4 de Agosto de 2007).
Em Portugal, e apesar das devidas diferenças, existe evidência, até pela experiência do GOEC, de que algumas instituições de crédito concedem crédito a famílias que não vão ter possibilidade de o pagar. Esta situação é particularmente grave para as famílias, mas como se pode constatar pelas notícias que nos chegam do outro lado do Atlântico também devem preocupar as instituições de crédito a actuar em Portugal e em particular o Banco de Portugal enquanto entidade de supervisão.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Uma Boa Noticia: Certificados de Aforro com Rendibilidade mais elevada

Ontem referimo-nos ao aumento das prestações dos empréstimos, nomeadamente do crédito à habitação, em resultado da subida das taxas indexantes (Euribor).

Hoje, uma boa noticia, em particular para quem quer e pode poupar e tem alguma aversão ao risco. Os certificado de aforro, beneficiando indirectamente dos sucessivos máximos atingidos pela taxa Euribor, beneficiaram de um novo aumento da taxa de rendimento, dado que o Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP) fixou ontem a taxa de juro bruta para novas subscrições de certificados de aforro em Agosto nos 3,37360%.

Tendo em conta que a taxa de inflação portuguesa alcançou os 2.4% em Junho, verifica-se que a rendibilidade real dos certificados está ao nível mais alto desde o início da década, se a evolução dos preços se mantiver.